COMO LEIO AS
PLACAS?
Recife despertou hoje com a triste e trágica notícia do
falecimento da Turista Paulista Bruna, que foi atacada por um tubarão na parte
rasa da praia em Boa viagem.
Na semana passada quem brincava lá era eu e meus
familiares que também passavam férias aqui nesse delicioso clima de inverno
Pernambucano.
Onde estávamos sentados havia uma placa vermelha que
alertava para tubarões, mas todos brincavam, na certeza de que estávamos no
raso, às mesmas palavras usadas por uma das garotas que acompanhava o grupo de
turistas, “não imaginávamos que eles pudessem atacar no raso”!
Os jornais deram bastante ênfase sobre os alertas das
placas, questionaram o descrédito do usuário de modo geral.
Parei para pensar em minha postura ao entrar no mar, como
muitos de nós fazemos quando vamos a praia, afinal existe um espaço entre um
ataque e outro e nesse espaço baixo a guarda como se estivéssemos fora de
alcance.
As placas nunca serão muros e nem portões com cadeado que
nos impeçam de entrarmos, mas estão ali para nos lembrar de que existem
possibilidades e que essa é para todos.
Parece que é inerente a natureza humana, em alguns bem
mais, em outros bem menos, de achar que a placa só serve para o outro. Quando
leio a placa, leio pensando no outro.
Assim acontece na vida nos vários aspectos que se apresenta.
Se me considero o centro das atenções, nem me dou o trabalho em ler as placas
que a vida nos mostra em todos os sentidos, em qualquer situação de
relacionamento fora ou dentro do meio familiar e sigo quebrando a minha cara e
as dos outro o que é pior.
Algumas placas de perigo na vida são neuróticas e acionam
sinal do medo, mesmo quando eles objetivamente não existem, e essas às vezes
trás muitas complicações e limitações na vida do que conhece esse tipo de medo
e em alguns que convivem próximos, principalmente as crianças.
Ler placas, sejam elas em que sentido for, pode exigir do
indivíduo a necessidade em abrir mão de desejos, alguns até bem egoístas, que o
faça ver que em muitas situações o que muda são os tipos de problemas que
atingem as pessoas, porém podem ter as mesmas necessidades que eu, com
problemas tão difíceis quanto os meus, com dores que podem não ser a mesma que
a minha, mas que dói tanto quanto, e isso exigirá de mim atitudes que
infelizmente, quando não somos capazes de ler as placas, que nos alerta para
possibilidades reais, que podem não ocorrer com frequência, mas o inesperado
pode acontecer, e assim ficamos expostos a levar dentadas para lembrar que no
raso também podemos correr perigo.
Muito triste a experiência dessa família, que Deus de o
conforto e a força necessária para sobreviverem ao ataque que com certeza
dilacerou o coração de muita gente.
Muito tristes algumas experiências de vida quando não se
atenta para o alerta das placas e termina-se afogando no raso da ausência dos
seus próprios limites.
Abraços
Eleni – julho 2013
Nenhum comentário:
Postar um comentário