sábado, 27 de julho de 2013

COMO LEIO AS PLACAS?





                                COMO LEIO AS PLACAS?

 

Recife despertou hoje com a triste e trágica notícia do falecimento da Turista Paulista Bruna, que foi atacada por um tubarão na parte rasa da praia em Boa viagem.

 Na semana passada quem brincava lá era eu e meus familiares que também passavam férias aqui nesse delicioso clima de inverno Pernambucano.

 Onde estávamos sentados havia uma placa vermelha que alertava para tubarões, mas todos brincavam, na certeza de que estávamos no raso, às mesmas palavras usadas por uma das garotas que acompanhava o grupo de turistas, “não imaginávamos que eles pudessem atacar no raso”!

 Os jornais deram bastante ênfase sobre os alertas das placas, questionaram o descrédito do usuário de modo geral.

 Parei para pensar em minha postura ao entrar no mar, como muitos de nós fazemos quando vamos a praia, afinal existe um espaço entre um ataque e outro e nesse espaço baixo a guarda como se estivéssemos fora de alcance.

 As placas nunca serão muros e nem portões com cadeado que nos impeçam de entrarmos, mas estão ali para nos lembrar de que existem possibilidades e que essa é para todos.

 Parece que é inerente a natureza humana, em alguns bem mais, em outros bem menos, de achar que a placa só serve para o outro. Quando leio a placa, leio pensando no outro.

 Assim acontece na vida nos vários aspectos que se apresenta. Se me considero o centro das atenções, nem me dou o trabalho em ler as placas que a vida nos mostra em todos os sentidos, em qualquer situação de relacionamento fora ou dentro do meio familiar e sigo quebrando a minha cara e as dos outro o que é pior.

Algumas placas de perigo na vida são neuróticas e acionam sinal do medo, mesmo quando eles objetivamente não existem, e essas às vezes trás muitas complicações e limitações na vida do que conhece esse tipo de medo e em alguns que convivem próximos, principalmente as crianças.

 Ler placas, sejam elas em que sentido for, pode exigir do indivíduo a necessidade em abrir mão de desejos, alguns até bem egoístas, que o faça ver que em muitas situações o que muda são os tipos de problemas que atingem as pessoas, porém podem ter as mesmas necessidades que eu, com problemas tão difíceis quanto os meus, com dores que podem não ser a mesma que a minha, mas que dói tanto quanto, e isso exigirá de mim atitudes que infelizmente, quando não somos capazes de ler as placas, que nos alerta para possibilidades reais, que podem não ocorrer com frequência, mas o inesperado pode acontecer, e assim ficamos expostos a levar dentadas para lembrar que no raso também podemos correr perigo.

 Muito triste a experiência dessa família, que Deus de o conforto e a força necessária para sobreviverem ao ataque que com certeza dilacerou o coração de muita gente.

 
Muito tristes algumas experiências de vida quando não se atenta para o alerta das placas e termina-se afogando no raso da ausência dos seus próprios limites.

 

Abraços

Eleni – julho 2013

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