terça-feira, 30 de julho de 2013

SEI QUE TE DECEPCIONEI



 

Ouvir pessoas em qualquer situação, lugar, nível social, econômico, ou ter a coragem de olhar para si mesmo, é visível, notório, o quanto é comum à experiência do sentimento da decepção.

O significado de decepção no Wikipédia é bastante simples, diante do sentimento horrível experimentado pelo que vive a decepção “é o sentimento que surge quando as expectativas sobre algo ou alguém não se concretiza”.

É evidente que normalmente esse sentimento surge quando se é decepcionado e nunca quando decepciona. É bem mais comum pararmos para pensar no quanto fomos decepcionados, do que o quanto nós já decepcionamos.

Ao ler um texto do Pastor Israel Belo de Azevedo sobre decepção, foi como se ele estivesse lendo meus pensamentos em sua colocação do porque nos decepcionamos,

                “Um dos comportamentos produtores de decepção é a expectativa errada acerca dos outros. Ela é facilmente explicada: todos querem pertencer, todos queremos nos relacionar. Às vezes, na verdade, queremos ser servidos ou afagados pelas pessoas. Neste trajeto, idealizamos as pessoas, idealizamos os relacionamentos, acabamos esperando demais das pessoas, esperando delas o que não podem dar. Há pais que esperam demais dos seus filhos. Há filhos que esperam demais dos seus pais.

 Expectativa elevada é mãe de uma frustração elevada.

Não podemos esperar que o nosso próximo (mesmo o mais próximo) supra o que, por definição, não pode suprir.”

A dor da decepção leva a perda do sono, raiva, ressentimento, podendo levar até o adoecimento. É como se caísse algo muito pesado em nossa cabeça e a sensação é de muito peso. Quem nunca se sentiu assim é um privilegiado na humanidade.

A Bíblia trás muitos exemplos de decepção. Homens e mulheres de Deus, se decepcionam e também aos outros.

Às vezes o alvo a ser alcançado nem é o que parece ser tão evidente, e ainda assim terminamos nos decepcionando, nos sentindo fracassados e nem percebemos que esse sentimento tão ruim, é praticamente experimentado por todos, o que muda é a peculiaridade das reações e a capacidade em percebermos o que realmente está ocorrendo.

 Samuel ficou decepcionado quando não foi ele o escolhido para ser o Rei, usaram como justificativa que ele estava velho e seus filhos não eram exemplos de filhos e Samuel chorando e decepcionado, orou ao Senhor, que o fez entender que “não te rejeitou a ti, mas a mim para eu não reinar sobre ele” (I Samuel 8:7)

Não foi fácil para Samuel sentir-se descartado, mas a busca de intimidade com Deus através da oração o fez compreender que não ficasse naquele lugar de decepcionado,

“Caim prestou um culto a Deus, que não foi aceito, por causa do propósito ilegítimo que tinha ao prestá-lo”. Assim mesmo, ele ficou decepcionado com Deus. “Como não podia matá-lo, assassinou seu irmão (Gênesis 4.1.16)”

No caso de Caim, pessoalmente, considero a decepção de extrema prepotência, não posso matar a Deus, saio matando meio mundo ou culpando pelas decepções que não sou capaz de elaborá-las.

Como escreveu tão bem o Pastor Israel na citação acima, somos os maiores responsáveis pelas nossas decepções, esquecendo que nosso próximo é de carne e osso como nós, com as mesmas necessidades e desejos, o que faz diferencia-lo de mim, pode estar na forma como lida com esses desejos e essas necessidades..

Não se pode deixar de enxergar que é bem verdade que existem pessoas que são “decepcionantes” sempre, e delas se não quer adoecer, mantem-se ao mínimo de distância.

Abraços

 

 

SOBRE A POSTURA


SOBRE A POSTURA

 

Uma vez estava caminhando de cabeça baixa e acredito-me que até meus ombros estavam caídos, alguém conhecido passou por mim e disse:- olhe a postura Eleni!

Parece ser uma palavra com significado tão simples de ser compreendido, porém, diferentemente do que pensamos, às vezes não parece ser fácil entende-la quanto a sua simplicidade aparente.

                 Frases como:

A Postura diz tudo!

Cuidado com a postura!

Que postura!

Faltou postura!

A minha postura é diferente da sua!

Para cada uma dessas frases é possível discorrer um texto, com ideias das mais diversas.

Na realidade, nos vivemos de posturas o tempo todo, sejam nas situações mais simples, até as mais delicadas que a vida nos impõe, seja de ordem emocional, administrativa, religiosa, somos nós quem escolheu que postura tomará, e isso não nos torna pessoas nem melhores e nem piores, ainda que não escapasse de demonstrar nosso perfil, personalidade, temperamento, princípios e etc... Sempre que nos posicionamos.

Uma postura marcante para minha vida, mas que até hoje luto para colocar em prática, é a de José (Mateus 1: 18 e 19). Maria uma Jovem temente a Deus, sincera em seu relacionamento com o noivo, aparece grávida sem que eles tivessem tido relação sexual. José por ser também um homem temente e obediente a Deus entendeu que deveria se afastar sem humilha-la, denegrir sua imagem, enfim fazer tudo que muitas vezes fazemos quando as posturas são diferentes das nossas.

Na realidade, postura é uma posição do corpo, de ideias e opiniões e que pode ter muitas implicações para nossas vidas, seja no que falamos, para quem falamos, o que falamos e como falamos.

Hoje eu precisei parar e refletir sobre a minha postura e peço que Deus abençoe a mim e a todos que por vezes possa não as entender, assim como eu muitas vezes não tenho conseguido entender a de muitos.

Abraços

 

sábado, 27 de julho de 2013

COMO LEIO AS PLACAS?





                                COMO LEIO AS PLACAS?

 

Recife despertou hoje com a triste e trágica notícia do falecimento da Turista Paulista Bruna, que foi atacada por um tubarão na parte rasa da praia em Boa viagem.

 Na semana passada quem brincava lá era eu e meus familiares que também passavam férias aqui nesse delicioso clima de inverno Pernambucano.

 Onde estávamos sentados havia uma placa vermelha que alertava para tubarões, mas todos brincavam, na certeza de que estávamos no raso, às mesmas palavras usadas por uma das garotas que acompanhava o grupo de turistas, “não imaginávamos que eles pudessem atacar no raso”!

 Os jornais deram bastante ênfase sobre os alertas das placas, questionaram o descrédito do usuário de modo geral.

 Parei para pensar em minha postura ao entrar no mar, como muitos de nós fazemos quando vamos a praia, afinal existe um espaço entre um ataque e outro e nesse espaço baixo a guarda como se estivéssemos fora de alcance.

 As placas nunca serão muros e nem portões com cadeado que nos impeçam de entrarmos, mas estão ali para nos lembrar de que existem possibilidades e que essa é para todos.

 Parece que é inerente a natureza humana, em alguns bem mais, em outros bem menos, de achar que a placa só serve para o outro. Quando leio a placa, leio pensando no outro.

 Assim acontece na vida nos vários aspectos que se apresenta. Se me considero o centro das atenções, nem me dou o trabalho em ler as placas que a vida nos mostra em todos os sentidos, em qualquer situação de relacionamento fora ou dentro do meio familiar e sigo quebrando a minha cara e as dos outro o que é pior.

Algumas placas de perigo na vida são neuróticas e acionam sinal do medo, mesmo quando eles objetivamente não existem, e essas às vezes trás muitas complicações e limitações na vida do que conhece esse tipo de medo e em alguns que convivem próximos, principalmente as crianças.

 Ler placas, sejam elas em que sentido for, pode exigir do indivíduo a necessidade em abrir mão de desejos, alguns até bem egoístas, que o faça ver que em muitas situações o que muda são os tipos de problemas que atingem as pessoas, porém podem ter as mesmas necessidades que eu, com problemas tão difíceis quanto os meus, com dores que podem não ser a mesma que a minha, mas que dói tanto quanto, e isso exigirá de mim atitudes que infelizmente, quando não somos capazes de ler as placas, que nos alerta para possibilidades reais, que podem não ocorrer com frequência, mas o inesperado pode acontecer, e assim ficamos expostos a levar dentadas para lembrar que no raso também podemos correr perigo.

 Muito triste a experiência dessa família, que Deus de o conforto e a força necessária para sobreviverem ao ataque que com certeza dilacerou o coração de muita gente.

 
Muito tristes algumas experiências de vida quando não se atenta para o alerta das placas e termina-se afogando no raso da ausência dos seus próprios limites.

 

Abraços

Eleni – julho 2013

segunda-feira, 1 de julho de 2013

DAVI - O Zagueiro com precisão


                  

                       DAVI LUÍS – O Zagueiro com precisão          

 

Enquanto caminhava pelo face, me deliciando com as fotos do jogo que deu ao Brasil o Título das Confederações, me volta à imagem da brilhante cena de defesa.

 
Quem ousaria discordar do quanto o Zagueiro – aquele que marca os atacantes – Davi Luís, chegaria na hora e da forma certa, numa posição que nem era a dele, mudando o rumo daquela bola, que poderia levar o jogo para outras resoluções?

 
Passei a refletir em quantas situações nas experiências de vida de nós Pessoas, que se tivesse chegado um Davi, talvez algumas situações dolorosas poderiam ter sido evitadas.

 
Davi não era a estrela do time, mas brilhou como se fosse, pois diante da jogada do atacante, demonstrou “sua grandeza contra a fúria do adversário” (Salmos 7:6).

 
Assim pode ser nossa vida. Alguns Davi’s podem chegar na hora certa e com uma palavra ou o silêncio, que se fosse quebrado poderia redundar em fofoca, ressentimento, tristeza, livra a bola de seu propósito, que com tantos sentimentos doentios, se posiciona no lugar de adversário.

 
Fiquei pensando, que tipos de Davi tenho sido em meus relacionamentos?

 Aquele que chega com precisão, como Deus pode fazer conosco quando confiamos nele “para que ninguém como leão, me arrebente, despedaçando-me, não havendo quem me livre” (Salmos 7:2), evitando com posição Cristã que conflitos existentes sejam ainda mais apimentados, que amizades sejam interrompidas ou um mal estar instalado?

 
Ou um Davi que devido à ausência dos frutos do Espírito de Deus, isto é, de conhecimento de si próprio, cheio de si mesmo, invejoso, ciumento, manipulador, permite que a bola da maledicência siga seu rumo como algo inexorável, conduzindo as perdas, algumas quem sabe irreparáveis.

 
O Apóstolo Paulo tem uma palavra espetacular que aprendeu com o mestre Jesus, o mesmo mestre que nos ensina hoje “tende o mesmo sentimento uns para com os outros; em lugar de serdes orgulhosos, condescendei com o que é humilde; não sejais sábios aos vossos próprios olhos” (Romanos 12:16)

 
E por fim, me lembrei de que no jogo do Brasil x Uruguai, esse mesmo Zagueiro cometeu um pênalti e seu colega Júlio Cesar defendeu e no jogo Brasil x Espanha, Davi sai de sua posição e vai para a do Goleiro e faz uma defesa e tanto.

Abraços de Eleni Nalon