quarta-feira, 6 de maio de 2015

UM AMIGO QUE QUERO POR PERTO NA VELHICE



Recentemente perdemos um amigo em Garça, Edemir, jovem ainda, quarenta e quatro anos. Essa amizade nasceu vinculada a trabalho, aproximadamente há vinte anos.

Nessa caminhada, ele como excelente pessoa e também muito profissional na execução de suas atividades, foi ocorrendo um estreitamento, uma reciprocidade, que foi se solidificando, firmada na confiança, honestidade e respeito.

Nunca havíamos parado para pensar nisso tudo, enquanto ele estava vivo, pois a própria dinâmica da amizade se encarregava em fazê-lo.

No dia que recebemos a notícia de seu falecimento, faltavam algumas horas apenas para viajarmos para Garça, e meu marido, comentava comigo, que estava com um grande aperto no peito, pois Edemir era uma pessoa que ele imaginava ser na velhice aquele amigo de boa conversa, “boa prosa” como dizem os mais velhos. Um amigo que quero por perto na velhice!

Quando as pessoas atingem certa maturidade, passam a perceber que não serão muitos amigos que terão para juntos recordar e contar suas histórias, pois reside em todo ser humano, uma complexidade de sentimentos, que necessita de cuidados pessoais, para que se possa avançar pela vida, almejando dias prazerosos, independente dos percalços que possam surgir
.
Talvez seja pouco provável, que alguém tenha passado ou passe por essa vida, sem ter se decepcionado ou decepcionado alguém que era amigo.

A decepção é diferente das diferenças saudáveis, que são consideradas entre amigos, pois a decepção leva ao afastamento chegando até o extremo do rompimento.

É bem verdade que a decepção tem suas variáveis, pois tanto pode ocorrer por residir nela, um desejo pessoal de que o vínculo da amizade se baseie em ver no outro tudo aquilo que eu gosto e acredito, isto é, as minhas expectativas sendo supridas na outra pessoa, tendo assim os dias dessa amizade contados, até o momento onde sobre aquele a expectativa era lançada, não atender mais essa necessidade; como também a decepção pode chegar através de situações que se julgavam inesperadas, como uma traição, mentiras inteiras ou meias verdades, que são fatais para desmoronar qualquer vinculo de credibilidade.

Mas amizade que está sendo descrita aqui, é a amizade que se leva para a velhice.

Essa que se constrói do nada, porém, firmada na pura sinceridade, sem expectativas pessoais, sem exigências, sem amarrações, respeitando os limites de cada um e sem esperar que alguém supra a carência que são uma das grandes destruidoras dos vários tipos de relacionamentos, até casamentos.

A amizade que se leva para a velhice é a que chegará junto, independente de COMO, nas adversidades da vida.

Amizade para bater papo na velhice é aquela que durante a vida toda, vai se estabelecendo sem cobranças, sem ciúmes de outros amigos, nunca com meias verdades, sem subestimar a capacidade de reflexão do outro, porém, procurando manter intacto o direito da intimidade de cada um, enfim, sem nunca faltar os alimentos necessários para que se mantenha viva.

Todos são atuantes e protagonistas dessa história que vai sendo escrita, e que pode ser interrompida a qualquer momento pela morte, mas que deve continuar sendo bem escrita, sendo levada até a velhice, PARA e COM uma boa prosa!

Eu amo meus amigos, já marquei um encontro com eles na velhice.

Espero-te lá!

segunda-feira, 4 de maio de 2015

O QUE EU VOU SER QUANDO MEU FILHO CRESCER?

( Minha inspiração essa semana, minha Mãe, minha Nena)


O vídeo e propaganda com esse tema, têm circulado pelas redes sociais e watsap, já alguns dias. Afinal o dia que se comemora o das MÃES está chegando, e essas são sempre muito homenageadas.

É bem interessante refletirmos essa pergunta, já que a mesma é um plágio daquela que os filhos ouvem das MÃES, desde que são pequenininhos! :- o que você vai ser quando crescer?

E eles crescem rápido, muito mais rápido do que se possa imaginar, e quando é pequeno, esse tempo para as MÃES, parece estar tão distante. Esse sentimento é bom! Dá sensação de que o filho estará sempre por perto e será sempre aquela criança amada e respeitada por ela.

Enquanto eles crescem, as MÃES aproveitam para curtir com carinho, mesmo cansada cada momento que passam com eles. O momento do banho, da refeição, enquanto está levando para a escola, enquanto lê histórias, quando vão juntos à igreja, quando ouvem sem pressa as conversas deles, sobre seu dia, sobre seus amigos.

Enquanto eles crescem, as MÃES fazem questão de tê-los sempre perto delas, ainda que isso lhe custe muitas vezes, abrir mão de passeios, abrir mão de seus próprios desejos em detrimento dos deles.

Enquanto eles crescem, as MÃES procuram ouvi-los, mesmo quando sabem que estão mentindo, mas encontram uma forma amorosa de conversar com eles, fazendo-0s entender que se crescer assim, não encontrará uma vida generosa para com eles.

Enquanto eles crescem, as MÃES jamais será aquela pessoa que tirará a esperança que deve ser cultivada dentro da criança, quando ela lhe disser que será ou terá algo, que está longe das reais possibilidades naquele momento, ou dos seus próprios sonhos,mas demonstrará respeito, acreditando e incentivando o sonho do seu filho.

Enquanto eles crescem, as MÃES nunca irão constrangê-los na frente de ninguém, nem dos amigos dele, nem de seus próprios irmãos, mas sim conversar, sozinhos sendo sempre honesta para com ela mesma e para com seu filho, dizendo sempre a verdade e mostrando a ele os seus erros, com amor, autoridade e firmeza.

Enquanto eles crescem, a MÃE será exemplo de verdade, cumpridora de seus compromissos, para que seu filho veja nela a escola mais importante para o desenvolvimento e formação do seu caráter.

Enquanto eles crescem, vez por outra, essa MÃE dará uma olhada no espelho de sua própria alma, para quem sabe descobrir em si mesma, as soluções que procura para resolver os problemas que às vezes, parece estar em seu filho.

Enquanto eles crescem, ensinará a seu filho na prática, isto é com seu próprio exemplo de MÃE, que a primeira regra de convivência que é vivida dentro da família nuclear, isto é, entre pai, mãe e irmãos, e esta que norteará a vida toda de seu filho, é que ele não deve FAZER ou SER para os outros, aquilo que ele não gosta que faça com ele em situação nenhuma, e ensiná-lo que aquilo que ele gosta, muitas vezes poderá ser diferente de muitos outros gostos.

Enquanto eles crescem, as MÃES, quase que sem perceber, se preparam ou não, para saber o que elas serão quando seus filhos crescerem, e serão ou não capazes de entender, que:

 -Escolhas, atitudes, que esse filho vir a tomar na vida adulta, que talvez venha de encontro com aquilo que lhe foi ensinado enquanto ele crescia, com certeza, terá aprendido com essa MÃE que agora não pode mais responder por ele, que a responsabilidade e consequências também faz parte da vida adulta.

 -Quando eles crescerem, diante de possíveis conflitos dolorosos entre MÃE e filhos, essa mesma MÃE, poderá ou não ser capaz, de se colocar no lugar de seu filho, buscando enxergar com os olhos do mesmo, na tentativa em alcançar mais de perto, daquilo que quem sabe, ela própria esperou receber em momentos semelhantes.
 

- Quando os filhos crescerem, essa MÃE deverá ter crescido junto com seu filho, para que possa entender que logo ele poderá ocupar um lugar semelhante ao seu, o de MÃE, e então, terá valido a pena ser MÃE e cumprido o seu papel e agora sim serem também amigos.