sexta-feira, 1 de setembro de 2017

QUASE UM ANO NENA



Participar hoje do velório do Irmão Sebastião, Zelador do Seminário do Norte do Brasil, fez passar um filme em minha mente, da amizade de minha MÃE NENA com ele e sua esposa Dona Jarda, como a chamamos, como também reviver sentimentos que tomam formas diferentes para continuarmos a prosseguir, e gratos a Deus por vidas tão preciosas.

Vivi somente 16 anos com meu Pai, e foi muito sofrimento vê-lo partir eu ainda adolescente.

Nena estava lá, com sua poderosa força, que ELA nunca deixou que nos esquecêssemos, que essa força sempre vinha de Deus, e deu a cada um de nós, seus oito filhos, quatro na idade até dezesseis anos e eu era uma desses quatro, todo apoio que precisávamos para prosseguir com a triste ausência de nosso Pai.

Os anos foram se passando e o choro que durava a noite, a cada amanhecer caminhavam lentamente levando e amenizando a dor e a saudade. (Salmos 30)

Convivi e tratei anos um medo patológico, medo de a Nena ir também. Mas ELA na sua limitada formação escolar formal, mas ilimitada sabedoria, sempre mostrava com sua própria forma de viver e enfrentando sua própria dor, do quanto os dias que viriam, seriam sempre os melhores, e que Deus era o nosso Pastor e nada iria nos faltar (Salmo 23).

A cada dia a vida mostrava que ELA estava certa e que poderíamos continuar nossa caminhada, às vezes sorrindo, outras chorando, alegres, tristes, mas sempre fitando os olhos em Jesus, autor e consumador da nossa fé (Hebreus 12:2).

A CASA de NENA parecia ser de açúcar.

 Eu amava deitar naquela sala naquele colchãozinho no chão, enquanto conversávamos.

E aquela mesa?

Aquela inesquecível cozinha, onde eu sempre dizia que era o Púlpito DELA, pois sempre tinha pronta uma citação Bíblica para conosco compartilhar, e De Onde o pão saia quente do forno, só esperando a manteiga deslizar por sobre ele e o cheiro do café que circulava pela casa, atraindo até quem estava km de distância.

“Naquela mesa ELA sentava sempre e me dizia sempre o que é viver melhor
Naquela mesa ELA contava histórias que hoje na memória eu guardo e sei de cor.
Naquela mesa ELA juntava gente e contava contente o que fez de manhã
e nos seus  LINDOS olhos AZUIS era tanto brilho que mais que SUA FILHA
eu fiquei SUA fã”     ( Nelson Gonçalves)

Só temos a agradecer a Deus pelos oitenta e seis anos e nove meses de convivência com ELA.

Guardei seu cheirinho gostoso que assim como o do meu Pai, nunca será apagado de minha memória emocional. O tempo nunca apaga o que a vida nos deu de melhor e esses dois serão eternos dentro de mim.

Saudades  eterna NENA.