Participar hoje do velório
do Irmão Sebastião, Zelador do Seminário do Norte do Brasil, fez passar um
filme em minha mente, da amizade de minha MÃE
NENA com ele e sua esposa Dona Jarda,
como a chamamos, como também reviver sentimentos que tomam formas diferentes
para continuarmos a prosseguir, e gratos a Deus por vidas tão preciosas.
Vivi somente 16 anos com meu
Pai, e foi muito sofrimento vê-lo partir eu ainda adolescente.
Nena estava lá, com sua
poderosa força, que ELA nunca deixou
que nos esquecêssemos, que essa força sempre vinha de Deus, e deu a cada um de
nós, seus oito filhos, quatro na idade até dezesseis anos e eu era uma desses
quatro, todo apoio que precisávamos para prosseguir com a triste ausência de
nosso Pai.
Os anos foram se passando e
o choro que durava a noite, a cada amanhecer caminhavam lentamente levando e
amenizando a dor e a saudade. (Salmos 30)
Convivi e tratei anos um
medo patológico, medo de a Nena ir também. Mas ELA na sua limitada
formação escolar formal, mas ilimitada
sabedoria, sempre mostrava com sua própria forma de viver e enfrentando sua
própria dor, do quanto os dias que viriam, seriam sempre os melhores, e que
Deus era o nosso Pastor e nada iria nos faltar (Salmo 23).
A cada dia a vida mostrava
que ELA estava certa e que
poderíamos continuar nossa caminhada, às vezes sorrindo, outras chorando,
alegres, tristes, mas sempre fitando os olhos em Jesus, autor e consumador da
nossa fé (Hebreus 12:2).
A CASA de NENA parecia ser de açúcar.
Eu amava deitar naquela sala naquele
colchãozinho no chão, enquanto conversávamos.
E aquela mesa?
Aquela inesquecível cozinha,
onde eu sempre dizia que era o Púlpito DELA,
pois sempre tinha pronta uma citação Bíblica para conosco compartilhar, e De
Onde o pão saia quente do forno, só esperando a manteiga deslizar por sobre ele
e o cheiro do café que circulava pela casa, atraindo até quem estava km de distância.
“Naquela mesa ELA sentava sempre e me dizia sempre o
que é viver melhor
Naquela mesa ELA contava histórias que hoje na
memória eu guardo e sei de cor.
Naquela mesa ELA juntava gente e contava contente o
que fez de manhã
e nos seus LINDOS
olhos AZUIS era tanto brilho que
mais que SUA FILHA
eu fiquei SUA fã” ( Nelson Gonçalves)
Só temos a agradecer a Deus
pelos oitenta e seis anos e nove meses de convivência com ELA.
Guardei seu cheirinho
gostoso que assim como o do meu Pai, nunca será apagado de minha memória
emocional. O tempo nunca apaga o que a vida nos deu de melhor e esses dois
serão eternos dentro de mim.
Saudades eterna NENA.