quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

DESABAFANDO ou FALANDO MAL



Propus-me a descrever uma linha divisória entre duas atitudes mais comum do que se imagina no cotidiano das pessoas, o de desabafar uma situação ou falar mal de alguém. Atitudes bastante presente, porém pouco refletida para quem está executando, do ponto de vista de quem ouve ou daquele que fala.

Desabafar carrega tanto o significado quanto o sentimento de “desafogar-se, desoprimir, dizer ou manifestar com franqueza o que se sente ou pensa”.

Quase nunca paramos para pensar naquilo que podemos estar incomodando pessoas próximas de nós ou até bem mais próximas. Avaliamos, sempre mais o que nos incomoda e bem pouco o que incomodamos no outro, até porque, olhar para as próprias dificuldades não é um exercício fácil.

Normalmente um desabafo, salvo pouquíssimas exceções, não são de elogios e sim de queixas, onde a pessoa em situação de desconforto sente-se impotente para se tomar uma atitude ou abrir seu coração por diversos motivos. Algumas situações às vezes torna-se ainda mais difícil quando a depender da distância que se separa esse próximo e seu significado no grupo a que pertence.

Essa linha divisória entre desabafar ou falar mal, quase que invisível aos ouvidos e olhos, existe, porém, não é nada fácil que nos relacionamentos do cotidiano ela não se torne maléfica, principalmente para aquele que precisou desabafar.

O Apóstolo Paulo não descuidou de alertar Timóteo para situações que não seriam fácil aos olhos reconhecê-las quando usa um exemplo figurado de uma casa para que ele estivesse atento as pessoas que os cercava; “ora numa grande casa não há somente utensílios de ouro e de prata, há também de madeira e de barro. Alguns para honra, outros, porém para desonra” (2 Timóteo 2:20).

A casa onde transitamos nosso dia a dia pode ser nosso local de trabalho, de estudo, igreja, família, namoro, casamento, vizinhos,enfim de onde menos se espera, surge o sufoco na garganta e a necessidade do desabafo e não falar mal.

Daí entra o elemento fundamental da diferença entre falar mal e desabafar, que é a intenção. Na intenção reside o propósito daquilo que estou falando. Às vezes se tem mesmo a necessidade de desafogar injustiças vivenciadas no local de trabalho, com amigos, com familiares, enfim, situações que nos causam dor, ressentimentos, que necessitamos de vomitar aquilo de dentro do coração.

Porém se a intenção para quem fala faz um diferencial imagine a quem você fala que diferença não poderá fazer em sua vida.

Se você escolheu a pessoa certa para seu desabafo, com certeza você não se sentirá amarrado a ela.

Se você escolheu a pessoa certa para seu desabafo, com certeza nunca terá necessidade de saber algo sobre a mesma para sentir tranqüilidade.

Se você escolheu a pessoa certa, ela saberá diferenciar que aqueles sentimentos ainda que possam lhe parecer serem os piores, são seus, ela não precisa tomar nenhuma atitude a seu favor, pois, lembra-se é um desabafo!

Toda pessoa pode viver momentos de angústias na vida e precisar de alguém para, talvez, somente um desabafo e como é importante quando Deus coloca pessoas especiais para momentos assim, pois “como dente quebrado e pé sem firmeza, assim é a confiança no desleal no tempo da angústia” (Prov. 25:19).

É saudável e benção para a vida estar atento para as pessoas que fazem diferença em nossas vidas e respeitá-las em suas limitações, lembrando a nós mesmo que somos tão responsáveis quanto o meu próximo na relação que se estabelece entre dois ou mais.

Grande abraço e Deus abençoe

Eleni Nalon (Psicóloga Clínica)
10 -01-13