A definição que o autor do livro “O mistério da vontade
de Deus”, Charles Swimdoll faz destas duas palavras que utilizo como Título
nesse texto, me inspirou levando-me a parar por uns momentos com a leitura do
mesmo e escrever algo que vem me incomodado há algum tempo. O fato de ver
educadores levantando bandeiras de métodos educativos (?) em redes sociais na
defesa de bater em criança, dar surra, palmadas, uso da vara; Alguns curtindo e
compartilhando piadas com órgão Público “Vara da infância e da Juventude”, de
forma como que NORMATIZANDO uma postura educativa (?) que pessoalmente acredito
que como regra, esteja totalmente ultrapassada e deprimente.
Talvez você que esteja lendo essa matéria seja um Pai ou
uma Mãe que já tenha feito ou faça uso de palmadas em seu filho, porém, o que
me faz escrever é a ausência de capacidade de educadores e líderes em
compreender a diferença entre defender, levantar uma Bandeira em pró de uma
atitude que não tem nada de magnânimo, principalmente na atualidade quando
existe uma melhor compreensão do comportamento das crianças e de como se
relacionar melhor com elas. Refresco inclusive a memória daqueles que já
viveram épocas que em algumas famílias a melhor comida nunca era para as crianças,
isso em épocas onde a vara era o único método de compreensão da maioria dos
Pais.
Interessante que esse autor fala da diferença de
Preceitos e Princípios, quando o primeiro “são orientações Bíblicas claras
dadas por Deus” e o segundo “requer discernimento e sabedoria em sua aplicação”.
Acredito-me que um Pai ou uma mãe que em determinada
situação tenha usado ou faça uso do método corretivo batendo na criança, tenha
a ver com mais ausência de discernimento do seu próprio comportamento diante da
educação para com seu filho, do que com Preceitos Bíblicos.
Alguns Pais e
Mães, não foram poucos, já me perguntaram se eu tenho ideia do que é ter um
filho homem. Independente do sexo, criança se educa impondo limites desde
pequena e impor limites exige muito esforço e vontade de fazer diferença como
Pai e Mãe. Argumentos fortes com palavras brandas desde muito cedo, substitui
sim a vara.
Chego a acreditar que educadores que não sentem vergonha
de levantar bandeira, como PRECEITOS Bíblicos a favor da surra, da vara, como método
educativo, quando se expressam em redes sociais e publicamente, sem nenhum
critério, talvez estejam pensando em alguma criança mal educada próximo deles
que os levam a querer NORMATIZAR uma ação numa situação muito particular e
incomoda e os mesmos talvez só encontrasse essa forma de mandar recado.
Sou TOTALMENTE favorável à educação de filhos e crianças,
com muita autoridade, DIZER NÃO SEMPRE que necessário, mas nunca com ausência
de amor e às vezes até misericórdia, principalmente quando se trata de
adolescentes. O problema é que se confundem o dizer não com ausência de amor,
basta olharmos para os Pais e mães, como se comportam diante dos nãos em seus diversos
relacionamentos.
Já ajudei muitos
Pais e Mães, refazerem seu trajeto educativo em relação a seus filhos.
Nossa sociedade
está repleta de crianças chatas, insuportáveis, estúpidas, comportamentos esses
dos mais leves na convivência, os mais graves, são parte da delinquência onde a
justiça legal e ONGs trabalham por eles.
O que falta hoje são Pais e Mães competentes para usar
com autoridade e exemplo de vida, a palavra educativa contundente, ainda
enquanto pequenos e pararem de achar graça em situações que o social suporta
principalmente a depender de quem for o filho (a), seja qual for o grupo social
que esteja inserido, escola, família, igreja, vizinhança etc.
O Capitulo 21:18 a 21 de Deuteronômio, me faz pensar o
quanto líderes e educadores querem usar a Bíblia para suas afirmativas
convenientes, alguns até para aplacarem a raiva que talvez nutrissem por seus
Pais por terem apanhado tanto, pois esse Capítulo não apresenta meias palavras
e eu pergunto:- o que fazer com esse texto então diante das leis em vigor?
“se alguém tiver um filho contumaz (teimoso, cabeçudo)
que não obedece à voz de seus Pais e ainda castigado não lhes dá ouvidos... Então,
todos os homens da sua cidade o apedrejarão até que morra...”
É preciso refletir mais na minuciosidade implícita dentro
dos Preceitos Bíblicos e os Princípios adotados por Pais e Mães e educadores a
mercê de suas conveniências pessoais.
De maneira alguma estou levantando Bandeira contra os
métodos familiares que Pais e Mães usam em sua dinâmica familiar. Cada um sabe
o filho que tem. A minha pergunta é para líderes e educadores, que se espera,
estudiosos do comportamento. Será que estão preocupados como ajudar esses Pais
e Mães, e levando-os a pensar de onde vem tanta raiva e ira quando se bate em
uma criança ou adolescente, mesmo afirmando fundamentados na Bíblia?
Existem condutas e posturas que podemos e até mesmo,
ainda sem concordar, respeita-las quando funcionam dentro do ambiente familiar,
mas levantar Bandeira, querer normatizar atitudes a favor de conveniências
pessoais, passa mais pelo crivo da ausência do limite pessoal, do que para
educação e mudança de vida em sociedade.
Abraços
Eleni Nalon
Psicóloga Clínica
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