terça-feira, 19 de novembro de 2013

PRECEITOS E PRINCÍPIOS




 

A definição que o autor do livro “O mistério da vontade de Deus”, Charles Swimdoll faz destas duas palavras que utilizo como Título nesse texto, me inspirou levando-me a parar por uns momentos com a leitura do mesmo e escrever algo que vem me incomodado há algum tempo. O fato de ver educadores levantando bandeiras de métodos educativos (?) em redes sociais na defesa de bater em criança, dar surra, palmadas, uso da vara; Alguns curtindo e compartilhando piadas com órgão Público “Vara da infância e da Juventude”, de forma como que NORMATIZANDO uma postura educativa (?) que pessoalmente acredito que como regra, esteja totalmente ultrapassada e deprimente.

 

Talvez você que esteja lendo essa matéria seja um Pai ou uma Mãe que já tenha feito ou faça uso de palmadas em seu filho, porém, o que me faz escrever é a ausência de capacidade de educadores e líderes em compreender a diferença entre defender, levantar uma Bandeira em pró de uma atitude que não tem nada de magnânimo, principalmente na atualidade quando existe uma melhor compreensão do comportamento das crianças e de como se relacionar melhor com elas. Refresco inclusive a memória daqueles que já viveram épocas que em algumas famílias a melhor comida nunca era para as crianças, isso em épocas onde a vara era o único método de compreensão da maioria dos Pais.

 

Interessante que esse autor fala da diferença de Preceitos e Princípios, quando o primeiro “são orientações Bíblicas claras dadas por Deus” e o segundo “requer discernimento e sabedoria em sua aplicação”.

Acredito-me que um Pai ou uma mãe que em determinada situação tenha usado ou faça uso do método corretivo batendo na criança, tenha a ver com mais ausência de discernimento do seu próprio comportamento diante da educação para com seu filho, do que com Preceitos Bíblicos.

 Alguns Pais e Mães, não foram poucos, já me perguntaram se eu tenho ideia do que é ter um filho homem. Independente do sexo, criança se educa impondo limites desde pequena e impor limites exige muito esforço e vontade de fazer diferença como Pai e Mãe. Argumentos fortes com palavras brandas desde muito cedo, substitui sim a vara.

Chego a acreditar que educadores que não sentem vergonha de levantar bandeira, como PRECEITOS Bíblicos a favor da surra, da vara, como método educativo, quando se expressam em redes sociais e publicamente, sem nenhum critério, talvez estejam pensando em alguma criança mal educada próximo deles que os levam a querer NORMATIZAR uma ação numa situação muito particular e incomoda e os mesmos talvez só encontrasse essa forma de mandar recado.

 

Sou TOTALMENTE favorável à educação de filhos e crianças, com muita autoridade, DIZER NÃO SEMPRE que necessário, mas nunca com ausência de amor e às vezes até misericórdia, principalmente quando se trata de adolescentes. O problema é que se confundem o dizer não com ausência de amor, basta olharmos para os Pais e mães, como se comportam diante dos nãos em seus diversos relacionamentos.

 Já ajudei muitos Pais e Mães, refazerem seu trajeto educativo em relação a seus filhos.

 Nossa sociedade está repleta de crianças chatas, insuportáveis, estúpidas, comportamentos esses dos mais leves na convivência, os mais graves, são parte da delinquência onde a justiça legal e ONGs trabalham por eles.

O que falta hoje são Pais e Mães competentes para usar com autoridade e exemplo de vida, a palavra educativa contundente, ainda enquanto pequenos e pararem de achar graça em situações que o social suporta principalmente a depender de quem for o filho (a), seja qual for o grupo social que esteja inserido, escola, família, igreja, vizinhança etc.

O Capitulo 21:18 a 21 de Deuteronômio, me faz pensar o quanto líderes e educadores querem usar a Bíblia para suas afirmativas convenientes, alguns até para aplacarem a raiva que talvez nutrissem por seus Pais por terem apanhado tanto, pois esse Capítulo não apresenta meias palavras e eu pergunto:- o que fazer com esse texto então diante das leis em vigor?

“se alguém tiver um filho contumaz (teimoso, cabeçudo) que não obedece à voz de seus Pais e ainda castigado não lhes dá ouvidos... Então, todos os homens da sua cidade o apedrejarão até que morra...”

É preciso refletir mais na minuciosidade implícita dentro dos Preceitos Bíblicos e os Princípios adotados por Pais e Mães e educadores a mercê de suas conveniências pessoais.

De maneira alguma estou levantando Bandeira contra os métodos familiares que Pais e Mães usam em sua dinâmica familiar. Cada um sabe o filho que tem. A minha pergunta é para líderes e educadores, que se espera, estudiosos do comportamento. Será que estão preocupados como ajudar esses Pais e Mães, e levando-os a pensar de onde vem tanta raiva e ira quando se bate em uma criança ou adolescente, mesmo afirmando fundamentados na Bíblia?

Existem condutas e posturas que podemos e até mesmo, ainda sem concordar, respeita-las quando funcionam dentro do ambiente familiar, mas levantar Bandeira, querer normatizar atitudes a favor de conveniências pessoais, passa mais pelo crivo da ausência do limite pessoal, do que para educação e mudança de vida em sociedade.

Abraços

Eleni Nalon

Psicóloga Clínica

 

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