Estou fazendo uma releitura do livro “ Viver é coisa
perigosa” de Guilherme Schelb, escritor esse, Procurador da República e
responsável por investigações nacional e internacional como, operação anaconda,
operação vampiro (operações contra o crime organizado) etc...
Ao deparar-me com um subtítulo dos muitos que ele aborda
sobre conflito, paro com um olhar ainda mais interessado nesse, “ não escreva
como você fala!”
Alerta esse autor de que
“
tudo o que se escreve adquiri um caráter muito mais solene e formal do que
quando você fala! Se você escrever o que você fala palavra por palavra, vai
entender o que estamos dizendo. A linguagem FALADA, por sua própria natureza, é
mais relaxada, informal, admite equívocos ou excessos. Ao falar você agrega ‘as
palavras uma série de significados não-verbais: a entonação, o volume de sua voz,
gestos, exclamações de ênfase (nãããããoo, oooooh!, etc.)”
De acordo com esse autor,
“estima-se que as palavras
faladas correspondem a 40% da comunicação, os restantes 60% são formados por
elementos não verbais-gestos etc. O problema é que, ao escrever não se consegue
transmitir o conteúdo não-verbal.”
Lembro-me ter vivido algumas experiências recebendo algo por
escrito de alguém, onde o assunto não me agradasse, e em algumas situações o
coração batia mais forte.
Também já vivenciei mais de uma experiência, onde escrevo
minha opinião me dirigindo a uma pessoa específica, e isto em situações,
contexto e até faixa etária bastantes diferentes uma das outras; ainda que
tomando todo cuidado com que palavra usar, palavras para que não ocorressem
dúbias interpretações, procurando objetividade na informação, e mantendo o
respeito que preso em qualquer situação de minha vida, seja quem for à pessoa a
quem me dirijo, porém a reação das pessoas me chamaram bastante minha atenção,
fúria, expressão de ressentimento, assim como passei a me observar mais, pois
se acontecia comigo, porque com os outros seria diferente, ainda que ciente em
não estar agredindo ninguém.
Em minha pequena experiência e em escrever e deixar público
em meu blog minhas opiniões, e relendo esse capítulo agora com outro olhar, me
remeti às experiências vivenciadas e percebo a vulnerabilidade da comunicação
emocional e como a natureza humana é surpreendida com sentimentos, conscientes
e inconscientes que diante de uma interpretação emocional, a reação não passa
pelo crivo do ego e sem medir esforços aciona seus mecanismos de defesa que se
esforça guardar a sete chaves, porém, como que a espera de alguém para apertar
o gatilho, o tiro sai muitas vezes, atingindo a pessoa errada, pois dar tiro de
canhão em pardal é um grande dispêndio de munição emocional.
É impressionante como não nos damos conta disso! Percebo pela
Face book, que é um veículo de comunicação bombástico e algumas frases passa a
impressão de ser para uma única pessoa, e algumas reações me faz pensar no
quanto de emoção foi mobilizado ao ler algo que nem era a intenção de quem
colocou atingir e nem daquele que fez o comentário encima e daí inicia a troca
de emoções, que eu chamo de mobilizadas pelo que algumas vezes não se consegue dar
conta delas. Já estou escrevendo sobre isso, comunicação emocional.
Para algumas pessoas é normal tratar, inclusive pessoas
próximas sem muita consideração e nem se dar conta de sua personalidade
exigente no que diz respeito a si próprio, os outros são o resto, isto
demonstrado em seu comportamento e não no que fala ou no que pensa sobre si
mesmo.
Mas quem escreve assina embaixo, assina inclusive a dor do
outro que na maioria das vezes não tem conhecimento de sua existência.
Ao escrever quero transmitir determinada informação, porém
quem faz a leitura, faz a partir de seus princípios emocionais.
Eu amo o livro de Provérbios, pois ele carrega em si
objetividade que vivemos em nossos dias em nossa forma de lidarmos uns com os
outros e darei uma parada nessa reflexão citando um deles “o que adquire entendimento
ama a sua alma; o que conserva a inteligência acha o bem,” Prov. 19-8
Abraços
Eleni Nalon
Psicóloga Clínica
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