quarta-feira, 2 de outubro de 2013

APRENDENDO REAPRENDENDO


                              

 

Estou fazendo uma releitura do livro “ Viver é coisa perigosa” de Guilherme Schelb, escritor esse, Procurador da República e responsável por investigações nacional e internacional como, operação anaconda, operação vampiro (operações contra o crime organizado) etc...

Ao deparar-me com um subtítulo dos muitos que ele aborda sobre conflito, paro com um olhar ainda mais interessado nesse, “ não escreva como você fala!”

Alerta esse autor de que

                       “ tudo o que se escreve adquiri um caráter muito mais solene e formal do que quando você fala! Se você escrever o que você fala palavra por palavra, vai entender o que estamos dizendo. A linguagem FALADA, por sua própria natureza, é mais relaxada, informal, admite equívocos ou excessos. Ao falar você agrega ‘as palavras uma série de significados não-verbais: a entonação, o volume de sua voz, gestos, exclamações de ênfase (nãããããoo, oooooh!, etc.)”

De acordo com esse autor,

                         “estima-se que as palavras faladas correspondem a 40% da comunicação, os restantes 60% são formados por elementos não verbais-gestos etc. O problema é que, ao escrever não se consegue transmitir o conteúdo não-verbal.”

Lembro-me ter vivido algumas experiências recebendo algo por escrito de alguém, onde o assunto não me agradasse, e em algumas situações o coração batia mais forte.

Também já vivenciei mais de uma experiência, onde escrevo minha opinião me dirigindo a uma pessoa específica, e isto em situações, contexto e até faixa etária bastantes diferentes uma das outras; ainda que tomando todo cuidado com que palavra usar, palavras para que não ocorressem dúbias interpretações, procurando objetividade na informação, e mantendo o respeito que preso em qualquer situação de minha vida, seja quem for à pessoa a quem me dirijo, porém a reação das pessoas me chamaram bastante minha atenção, fúria, expressão de ressentimento, assim como passei a me observar mais, pois se acontecia comigo, porque com os outros seria diferente, ainda que ciente em não estar agredindo ninguém.

Em minha pequena experiência e em escrever e deixar público em meu blog minhas opiniões, e relendo esse capítulo agora com outro olhar, me remeti às experiências vivenciadas e percebo a vulnerabilidade da comunicação emocional e como a natureza humana é surpreendida com sentimentos, conscientes e inconscientes que diante de uma interpretação emocional, a reação não passa pelo crivo do ego e sem medir esforços aciona seus mecanismos de defesa que se esforça guardar a sete chaves, porém, como que a espera de alguém para apertar o gatilho, o tiro sai muitas vezes, atingindo a pessoa errada, pois dar tiro de canhão em pardal é um grande dispêndio de munição emocional.

É impressionante como não nos damos conta disso! Percebo pela Face book, que é um veículo de comunicação bombástico e algumas frases passa a impressão de ser para uma única pessoa, e algumas reações me faz pensar no quanto de emoção foi mobilizado ao ler algo que nem era a intenção de quem colocou atingir e nem daquele que fez o comentário encima e daí inicia a troca de emoções, que eu chamo de mobilizadas pelo que algumas vezes não se consegue dar conta delas. Já estou escrevendo sobre isso, comunicação emocional.

Para algumas pessoas é normal tratar, inclusive pessoas próximas sem muita consideração e nem se dar conta de sua personalidade exigente no que diz respeito a si próprio, os outros são o resto, isto demonstrado em seu comportamento e não no que fala ou no que pensa sobre si mesmo.

Mas quem escreve assina embaixo, assina inclusive a dor do outro que na maioria das vezes não tem conhecimento de sua existência.

Ao escrever quero transmitir determinada informação, porém quem faz a leitura, faz a partir de seus princípios emocionais.

Eu amo o livro de Provérbios, pois ele carrega em si objetividade que vivemos em nossos dias em nossa forma de lidarmos uns com os outros e darei uma parada nessa reflexão  citando um deles “o que adquire entendimento ama a sua alma; o que conserva a inteligência acha o bem,” Prov. 19-8

Abraços

Eleni Nalon

Psicóloga Clínica

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