quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

MATARAM ALCIDES

MATARAM ALCIDES

Para aqueles que acompanharam os noticiários a nível nacional nesses últimos dias, puderam sentir a dor de uma família aqui em Recife que viveu a pior da dor que uma Mãe (eu digo Mãe) pode suportar; a perda de um filho, que de forma natural já carrega em si o sentimento insuportável, quanto mais de uma forma que não teria espaço para mais crueldade.
Na primeira vez que vi pela TV a notícia, comentei com quem estava ao meu lado, que pessoalmente acrescentava que também poderia haver sentimento de destruição pela superação de Alcides em conseguir da forma que ele vinha conseguindo, o que muitos de nós nunca seríamos capazes de conseguir, muitas vezes por comodismo (sistema ou atitude que leva acima de tudo atender à própria comodidade)- (Aurélio).
Alcides não nasceu valente e nem desprendido, porem, a educação recebida por sua Mãe, possibilitou para que ele pudesse encarar sua tão difícil vida com valentia e garra, e Alcides então descobriu que com o azedo limão, poderia fazer uma deliciosa limonada. Essa postura incomoda muita gente!
Ontem o noticiário trouxe a possibilidade de Alcides TER SIDO ASSASSINADO POR INVEJA (Programa Bronca Pesada). Somado a personalidade psicopata do individuo assassino (se é que se pode usar essa nomenclatura (individuo, para monstros), o resultado nunca que poderia ser diferente e nunca será.
Quantos Alcides ainda poderão morrer POR mostrar que se PODE fazer diferente EM situações difíceis da vida?
Talvez não a morte física (tomara que não),
Mas a morte de relacionamentos,
de amizades,
de possibilidades,
morte da confiança no próximo,
ou na confiança em si próprio.
Alfred Adler disse que “as únicas pessoas normais são aquelas que você não conhece bem”. Por um lado, é muito rico ter conhecimento se não da idiossincrasia propriamente dita do individuo, mas saber que cada pessoa compõe-se de suas próprias idiossincrasias.
Porém muitas vezes quando conhecemos verdadeiramente alguém ou quando alguém passa a nos conhecer verdadeiramente, quem sabe diríamos como La Rochefoucauld “ficaríamos envergonhados de nossas melhores ações se o mundo soubesse os motivos por trás delas”;
Ainda assim é mais saudável por poder sentir vergonha, o pior é quando nem vergonha, nem sentimentos, nada nos detêm mais e saímos matando Alcides como rolos compressores.
Se quisermos que morram menos Alcides, precisamos mudar muitas de nossas atitudes, pois “é extremamente fácil enganar a si mesmo, pois o homem geralmente acredita no que deseja” (Demóstenes), inclusive o assassino do Alcides.
Eleni Nalon
Psicóloga Clínica (http://psicologaeleni.blogspot.com

09-02-2010

Um comentário:

  1. A maldade e a violência são característas inerentes ao homem. Os que não as pratica - quando se dedicam - desenvolvem enorme trabalho para compreender, reeducar e ajudar àqueles que estão ou são mais propensos a cometer tais atos. É, a partir dessa repulsa -como você demonstra - que se pode construir algo positivo e benéfico.
    Abraços.

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