segunda-feira, 7 de outubro de 2013

COMUNICAÇÃO EMOCIONAL



Imagem de Eleni Nalon


COMUNICAÇÃO EMOCIONAL

 Existem temas que nunca seremos redundantes em falarmos sobre eles, e a comunicação que inter-relaciona é um deles, pois além de ser atuante em nossa vida diária, a experiência prática mostra que sempre estão disponíveis a derraparem em alguma situação, seja ela equivocada ou não.

Desenvolvo minha reflexão encima da comunicação emocional, pois é essa que nos prega peças, po...is, acredito que todos somos testemunhas, de que assim como não importa o quanto pode se ter um corpo saudável, uma facada, um tiro, pode leva-lo a morte, assim são os relacionamentos, se são saudáveis, não é por estarem imunes às facadas e tiros e sim por estar alertas de como tiros e facadas da vida, podem atingi-los. Daí o porquê das decepções virem através de amigos,parentes ou pessoas próximas.

Pastor Eufrázio Araújo em seu livro “Crescendo com as Pessoas” chega com bastante clareza de emoção em uma de suas definições sobre relacionamento, ao escrever que:

“a necessidade de interação social, o desejo de pertencer a um todo maior (família, escola, amigos, empresa, clube social, igreja), é um clamor que reverbera da essência do que somos feito”.
“O saber relacionar-se com saúde e beleza, contudo, não é inerente à condição humana. Aprende-se”.

E haja aprendizado!
Haja disposição para aprender!
Haja vontade em querer atender essa necessidade da essência!
Haja machucar-se!
Haja decepcionar-se!
Haja ter alegrias inesquecíveis!
Haja ter saudade do que não volta mais!
Haja! Haja! Haja! E mais haja!

Refletir sobre comunicação emocional a partir de experiências de escuta, onde diante de conflitos internos e externos de relacionamento nas diversas modalidades, isto é, relação de amizade, irmãos de sangue, cônjuges, colega de trabalho, irmandade da igreja, percebe-se, como diz tão bem Droguett (2000), que muita gente,

“Ama uma pessoa não por aquilo que ela é, mas pelo manto de fantasia com que a cobre”.

E pode ser nesse momento, quando a comunicação emocional entra em cena, essa mesma que aproxima um do outro, e quando elementos peculiares à história em que se baseia a construção do aprendizado do relacionar de cada um ocorrem então onde muitas vezes que o indivíduo fica sem poder entender, o porquê ser invadido por sentimentos às vezes insustentáveis que leva ao conflito e às vezes rompimento.
Para o pesquisador Casement (1986),

“o mundo da comunicação inconsciente entre pessoas é estranho e muitas vezes aterrador”.

Às vezes é incompreensível pelo pensamento racional entender que pessoas conviveram bem até o dia que se aproximaram mais uma da outra. A aproximação leva a intimidade e a intimidade deixa a Personalidade mais atuante em qualquer relação e daí essa relação se fortalece, estremece, ou rompe.

O admirável Freud (1915) em suas descobertas do inconsciente, esse tão negado pelos temerosos daquilo que praticamente, só não é percebido pelo próprio indivíduo, mas é visível por aqueles a quem se convive bem mais de perto, do quanto
“é extraordinário que o inconsciente de um ser humano possa reagir ao de outro, sem passar pelo consciente”

Querem pensar em alguns exemplos?

- Porque antipatia por alguém que nem convivemos?
- Porque passar gostar de alguém que antes não gostávamos? Porque não conseguirmos gostar de alguém que outros gostam?
- Porque reações negativas a pessoas que falam tão bem se tratando de conteúdo, mas se elas falam prefiro não ouvi-las?
- Porque a capacidade em ser simpático com alguém quando a vontade é de lhe dizer umas poucas e não tão boas?
-Porque deixar de admirar ou gostar de alguém?

Com certeza temos várias linhas de pensamento que terão respostas válidas a cada pergunta acima, inclusive os relacionamentos Políticos, que não se sustentam, mas enganam muita gente por bons e bons tempos.

Jesus Cristo em, João 8:32 nos diz que
“conhecereis a verdade e a verdade vos libertará”

Essa passagem Bíblica trás em sua essência a mensagem de que a humanidade precisa se libertar do pecado para se tornarem filhos de Deus.

 Nada me impede de pensar esse pecado como a ausência de conhecimento de si próprio, em conhecer a si mesmo diante dos outros, pois ainda que sejamos resgatados dos nossos vis pecados, crendo que Jesus Cristo tenha nos libertado, vivemos o peso de nossos pecados de rotina, que nos impedem de sermos pessoas melhores a cada dia quando nos relacionamos. “O cristianismo sem a morte do eu é uma filosofia abstrata” (Pastor Campanhã).

Na comunicação emocional, as mudanças que são vitais para nossa saúde, ocorrem no nosso interior e poucas pessoas percebem, devido à limitação às vezes também emocional, que só enxerga aquilo que é visível aos seus próprios olhos.

Não posso acreditar que pessoas que se amam queiram machucar propositalmente aqueles com quem se relacionam, mas como somos machucados e como machucamos!

Não é fácil, porém, é necessário que corramos riscos emocionais para que relacionamentos tenham como alvo, solidificar e não adoecer.

 Abraços
Eleni Nalon
Psicóloga ClínicA

quarta-feira, 2 de outubro de 2013

APRENDENDO REAPRENDENDO


                              

 

Estou fazendo uma releitura do livro “ Viver é coisa perigosa” de Guilherme Schelb, escritor esse, Procurador da República e responsável por investigações nacional e internacional como, operação anaconda, operação vampiro (operações contra o crime organizado) etc...

Ao deparar-me com um subtítulo dos muitos que ele aborda sobre conflito, paro com um olhar ainda mais interessado nesse, “ não escreva como você fala!”

Alerta esse autor de que

                       “ tudo o que se escreve adquiri um caráter muito mais solene e formal do que quando você fala! Se você escrever o que você fala palavra por palavra, vai entender o que estamos dizendo. A linguagem FALADA, por sua própria natureza, é mais relaxada, informal, admite equívocos ou excessos. Ao falar você agrega ‘as palavras uma série de significados não-verbais: a entonação, o volume de sua voz, gestos, exclamações de ênfase (nãããããoo, oooooh!, etc.)”

De acordo com esse autor,

                         “estima-se que as palavras faladas correspondem a 40% da comunicação, os restantes 60% são formados por elementos não verbais-gestos etc. O problema é que, ao escrever não se consegue transmitir o conteúdo não-verbal.”

Lembro-me ter vivido algumas experiências recebendo algo por escrito de alguém, onde o assunto não me agradasse, e em algumas situações o coração batia mais forte.

Também já vivenciei mais de uma experiência, onde escrevo minha opinião me dirigindo a uma pessoa específica, e isto em situações, contexto e até faixa etária bastantes diferentes uma das outras; ainda que tomando todo cuidado com que palavra usar, palavras para que não ocorressem dúbias interpretações, procurando objetividade na informação, e mantendo o respeito que preso em qualquer situação de minha vida, seja quem for à pessoa a quem me dirijo, porém a reação das pessoas me chamaram bastante minha atenção, fúria, expressão de ressentimento, assim como passei a me observar mais, pois se acontecia comigo, porque com os outros seria diferente, ainda que ciente em não estar agredindo ninguém.

Em minha pequena experiência e em escrever e deixar público em meu blog minhas opiniões, e relendo esse capítulo agora com outro olhar, me remeti às experiências vivenciadas e percebo a vulnerabilidade da comunicação emocional e como a natureza humana é surpreendida com sentimentos, conscientes e inconscientes que diante de uma interpretação emocional, a reação não passa pelo crivo do ego e sem medir esforços aciona seus mecanismos de defesa que se esforça guardar a sete chaves, porém, como que a espera de alguém para apertar o gatilho, o tiro sai muitas vezes, atingindo a pessoa errada, pois dar tiro de canhão em pardal é um grande dispêndio de munição emocional.

É impressionante como não nos damos conta disso! Percebo pela Face book, que é um veículo de comunicação bombástico e algumas frases passa a impressão de ser para uma única pessoa, e algumas reações me faz pensar no quanto de emoção foi mobilizado ao ler algo que nem era a intenção de quem colocou atingir e nem daquele que fez o comentário encima e daí inicia a troca de emoções, que eu chamo de mobilizadas pelo que algumas vezes não se consegue dar conta delas. Já estou escrevendo sobre isso, comunicação emocional.

Para algumas pessoas é normal tratar, inclusive pessoas próximas sem muita consideração e nem se dar conta de sua personalidade exigente no que diz respeito a si próprio, os outros são o resto, isto demonstrado em seu comportamento e não no que fala ou no que pensa sobre si mesmo.

Mas quem escreve assina embaixo, assina inclusive a dor do outro que na maioria das vezes não tem conhecimento de sua existência.

Ao escrever quero transmitir determinada informação, porém quem faz a leitura, faz a partir de seus princípios emocionais.

Eu amo o livro de Provérbios, pois ele carrega em si objetividade que vivemos em nossos dias em nossa forma de lidarmos uns com os outros e darei uma parada nessa reflexão  citando um deles “o que adquire entendimento ama a sua alma; o que conserva a inteligência acha o bem,” Prov. 19-8

Abraços

Eleni Nalon

Psicóloga Clínica